sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Níveis d’água da Bacia Amazônica

Conheça um pouco mais sobre os fenômenos hidrográficos da região

DigitalA Bacia Amazônica, que compreende sete países da América do Sul, é um reduto de peixes únicos, que servem de cobiça para os amantes da pesca amadora de todo o mundo. Portanto é fundamental um entendimento sobre a dinâmica e a lógica natural da região, por parte dos praticantes da atividade esportiva. Sobretudo sobre os níveis de água, que se diferenciam durante todo o ano.
Ter conhecimento sobre os fenômenos hidrográficos pode comprometer ou favorecer a pescaria no Rio Amazonas e seus afluentes. O fato de o tucunaré ser capturado apenas nos meses de setembro a março ou o período apropriado para pescaria de pirarucu podem ser entendidos com a variação dos níveis de água da região.
Cheia
É quando a água que inunda a floresta circundante e as várzeas, permitindo até a navegação das embarcações. Por conta da dispersão abundante de sementes flutuando pelo rio, provocada pelas inundações, os peixes herbívoros encontram bastante fonte de alimento na superfície da água. A Amazônia abriga a grande maioria das espécies de peixes dependentes de frutos e sementes.
Um famoso caso é o do tambaqui, conhecido por suas mandíbulas fortes capazes de esmagar sementes. Por isso, invariavelmente é muito comum encontrar essa espécie debaixo de árvores, principalmente a seringueira Hevea spruceana, já que o peixe é atraído pelos frutos que caem de suas copas.
Nesse período os predadores contam com a reserva de gordura da época de seca, já que a presa fica muito mais inacessível durante a cheia. Muitas espécies onívoras comem principalmente sementes e frutos nessa época.
Vazante
Somente na imensidão da Bacia Amazônica pode se ter contrastes tão latentes como os encontrados entre as estações de baixa e alta. Enquanto no período de inundações sazonais a água toma grande parte das margens dos rios, na época de vazante, muitos afluentes ficam tão rasos que, na época mais seca, uma canoa sequer consegue navegar.
É a temporada de pesca para a maioria dos peixes amazônicos, embora seja uma época de fartura para os predadores, como pirarucu, grandes bagres, e dos mamíferos. Com a considerável diminuição de água, os peixes ficam presos em pequenas lagoas e baixios de rios, onde certamente viram presas fáceis. Um exemplo disso são os lagos de várzea, locais onde os níveis de oxigênio são excessivamente baixos, causando mortandade na população de peixes.
Contudo muitos peixes conseguem se adaptar à falta de oxigênio através do desenvolvimento de estruturas que lhes permitam levar o oxigênio do ar atmosférico. Os mais famosos são os peixes pulmonados da América do Sul, África e Austrália.
Durante a vazante acontece um dos fenômenos mais temidos pelos pescadores; o repiquete, que consiste na alteração do comportamento dos peixes, dada as chuvas nas nascentes dos rios que estão abaixando. A descida ou subida contundente das águas promove essas diferenciações nos hábitos das espécies, que por alguns dias se tornam inativas e impossíveis de serem capturadas.

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